sexta-feira, 7 de maio de 2010

Don’t [let] me be misunderstood.

Leandro id Lascado

[…]

Viver de dedução, é assim que eu vivo [não é, menina?), à espreita dos fatos, à beira dos atos, como se tudo estivesse suspenso só pra assistir à dança fora de moda que eu te propus, um segundo em que tudo parasse de rodar pra acompanhar o movimento mínimo da vontade, uma pausa para o encanto que não coube na tua agenda.

E eu, presa dos meus vícios, vítima do discurso, me embrulhando num papel todo novo pra te dar, eu te vi ter pressa, essa pressa sem direção que chamamos de curiosidade, essa necessidade infantil e tão natural de saber o que o mundo tem a oferecer. Eu vi o teu futuro na minha frente e vi meus braços serem pouca rédea pros teus músculos sadios e sem questão.

Eu vi como há muito tempo não via a poesia sorrir pra mim. Sorri de volta, corri com meu cavalinho pra chuva e achei que assumir o risco era menos ridículo do que de fato é. Eu vi métrica no teu texto, vi semiótica nos teus códigos, vi um encontro onde você viu exercício de estilo.

É de perder em ilusões que se vive, menina, de olhar para as evidências sem entrelinhas, nem óculos escuros. Eu vou aprendendo com o tempo tudo o que você já sabe de cor.

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