domingo, 13 de junho de 2010

Pós-contemporâneo

É preciso pensar no futuro
pois o presente não adianta.
Baby,
não dá mais tempo.
É melhor pensar para depois
porque agora já não é do jeito que se queria que fosse.

"Agora" ainda traz todos os sonhos
de outras gerações
que ninguém entende direito
como foi que chegaram até aqui
sendo assim só tradições.

Só depois pode ser melhor,
se organizar agora...
Porque se pensar em agora
só vai dar raiva do meu sorriso
bobo e esperançoso
e das coisas lindas que
agora acontecem misturadas
com a coisa mais custosa
de toda a minha humanidade:
aceitar o amor como ele é
e não queria que assim fosse.

Gostaria de só viver depois...
mas é preciso pós-agora já...
tipo uma inflação galopante,
pensar o depois, o avante,
sem desalinhar da velha teoria do amor,
traga qualquer coisa à alma,
já tão vazia de certezas.

É uma função toda torta,
daquelas que só se faz sozinho,
com muita matemática
de números irracionais,
derivadas e integrais,
conjuntos surreais...

Mas lá vai:
se o meu amor
está fora de mim (em você)
uma hora este amor
que você clama em si,
também estará fora de você...

E será nosso amor,
exteriorizado, pós-contemporâneo
em nossa revolução de outubro.

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