Foi-se assim o último dos sonhos,
Contar sílabas em outros quartetos
Ao ver que o desejo é mesmo tão bruto
Sem rima e rumo com a realidade.
O amor só é concreto na nossa cabeça...
Ideal naquilo que lhe faz natureza
Fosse bruta uma figura de beleza
Fosse real uma hipérbole, leveza.
Menos metáfora, foi real bruto.
Morreu o sonho e não era pesadelo.
A poesia estranha, em branco luto,
ao cortejo dos sonhos de infância.
Com violência acabou-se o arcabouço
de metáforas, flores e mágicas
De todas aleg(o)rias possíveis
Desistiu-se de esforço no esboço.
Apagou-se tudo em desgosto
Não se levou nem um pesar...
E a vida real em seu rosto,
Esmero métrico puro, duro ofício...
De plantar flores onde não há jardim.
Tal o cristal é flor do sal,
Odeio versos assim por vício,
Também o amor é flor da dor.
A água, sempre incosciente poesia,
Evapora em outra tempestade
Carga negativa, carga positiva,
Raio que parte em metade viva.
Por enquanto vou vivendo...
Desperto por respeito e ética,
Fazendo por obrigação poética
o que extinto sonhou prazer.
Alguém aí vai precisar de mim?
Eu agora não preciso mais...
Então por favor, me deixa,
Esgoto a sonhar amanhã: zarpai.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
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